sexta-feira, 16 de maio de 2025

São Tomás de Aquino sobre o diabo e seu poder de capturar almas

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A Queda de Satanás à Luz da Teologia Católica

A Tradição da Igreja nos ensina que, no início da criação espiritual, um dos mais sublimes anjos — dotado de esplendor, inteligência e liberdade — deformou-se por orgulho. A doutrina da Queda dos Anjos é um tema complexo e profundo na teologia católica, abordando a origem do mal e a natureza da liberdade. Os anjos, criados bons por Deus, alguns escolheram se rebelar contra Ele, tornando-se demônios. Este evento é crucial para entender a batalha espiritual contínua e a origem do mal no mundo.

Este ser, outrora luminoso, tornou-se Satanás ao rebelar-se contra Deus. Sua queda não é um mito ou mera alegoria simbólica, mas uma realidade teológica profundamente considerada pelos maiores doutores da Igreja, entre eles São Tomás de Aquino.

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O Doutor Angélico, em sua Suma Teológica (I, q. 63), explica que todos os anjos foram criados bons, conforme afirma o Gênesis: "Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom" (Gn 1,31). Entre essas criaturas espirituais, Lúcifer ocupava posição privilegiada, mas, ao abusar de sua liberdade, desejou ser como Deus — não em conformidade com Ele, mas em oposição a Ele, buscando uma beatitude independente da graça divina.

O pecado do demônio, ensina São Tomás, foi o orgulho (superbia), um desejo desordenado de excelência: “o anjo não quis submeter sua inteligência e vontade ao fim último estabelecido por Deus, mas sim ser ele mesmo a medida de sua felicidade” (ST I, q. 63, a.3). Assim, sua escolha foi irrevogável. Os anjos, sendo seres puramente espirituais, tomam decisões com plena clareza e sem a inconstância da vontade humana. Por isso, sua rejeição foi definitiva. A Escritura também atesta essa realidade: "Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva? [...] Tu dizias no teu coração: 'Subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono [...] serei semelhante ao Altíssimo" (Is 14,12) — uma linguagem figurada que a Tradição aplica à queda do demônio, porém, a exegese patrística, como a de Orígenes (De Principiis, I, 5), vê nesta passagem uma descrição da soberba de Lúcifer, que buscou igualar-se a Deus.

Outras passagens, como Ezequiel 28,12-17 (sobre o rei de Tiro) e Judas 1,6 ("os anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação"), reforçam a narrativa da queda. A exegese moderna, como a de Karl Barth (Dogmática Eclesiástica, III/3), sugere que essas passagens, embora simbólicas, apontam para uma realidade espiritual: a escolha livre dos anjos e suas consequências.

Apocalipse 12, 7-9 descreve uma batalha celestial:

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"Houve então uma guerra nos céus: Miguel e seus anjos combateram contra o dragão [...] E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, chamada Diabo e Satanás, que engana todo o mundo; foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele."

Santo Agostinho (Cidade de Deus, XI, 13) interpreta este evento como a expulsão dos anjos rebeldes do céu, um ato definitivo de rejeição divina.

São Roberto Belarmino (De Controversiis, III, 6) comenta que essa passagem simboliza a vitória definitiva de Deus sobre o mal, confirmando que os demônios foram expulsos da bem-aventurança celestial.

As Consequências da Queda

A queda dos anjos teve consequências eternas  


 Perda da graça: tornaram-se incapazes de amar a Deus; 

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Eterna reprovação: como ensina Jesus em Mateus 25, 41: "Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos.";

Influência no mundo: São Pedro (1Pd 5, 8) adverte: "O Diabo vosso adversário, anda ao redor como leão que ruge, procurando a quem devorar.".

O Catecismo da Igreja Católica (n. 392) ensina:

"A Escritura fala de um pecado destes anjos. Essa 'queda' consiste na livre escolha desses espíritos criados, os quais rejeitaram a Deus e o seu Reino, dando origem ao inferno. [...] É o caráter irrevogável da sua escolha, e não um defeito da infinita misericórdia divina, que faz com que o pecado dos anjos não possa ser perdoado."

Satanás, portanto, é uma criatura — poderosa, mas limitada. Ele não possui os atributos divinos: não é onisciente, onipotente nem onipresente. Segundo São Tomás (ST I, q. 57, a.4), os demônios não conhecem os pensamentos humanos diretamente; apenas inferem intenções a partir de sinais exteriores e comportamentos visíveis. Eles podem sugerir, tentar e iludir — mas nunca forçar a vontade humana, que permanece livre. O Magistério é claro: "O poder de Satanás não é infinito. Ele é apenas uma criatura, poderosa pelo fato de ser puro espírito, mas sempre criatura. [...] Não pode impedir a edificação do Reino de Deus" (CIC, n. 395). Mesmo na sua perversidade, Satanás é um instrumento subordinado à Providência divina. As suas tentações, como explica São Tomás (ST I, q. 114), são permitidas por Deus para o bem espiritual do homem: elas provam a virtude, aumentam os méritos e nos chamam à vigilância.

Essa visão é corroborada pelos Padres da Igreja. Santo Irineu, por exemplo, via a ação diabólica como um instrumento de provação: “Deus permite o mal para que a liberdade do homem seja autêntica e sua vitória, verdadeira” (cf. Contra as Heresias, IV, 37, 7). Assim, a luta contra o tentador participa do drama da salvação.

A vitória de Cristo na cruz — proclamada solenemente em Colossenses 2,15: “Despojando os principados e potestades, os expôs publicamente ao desprezo, triunfando deles pela cruz” — marcou o início da derrocada definitiva do domínio demoníaco. Essa doutrina é reafirmada no Catecismo (n. 2853), que afirma:

" A vitória sobre o «príncipe deste mundo» (146) foi alcançada, duma vez para sempre, na «Hora» em que Jesus livremente Se entregou à morte para nos dar a sua vida. Foi o julgamento deste mundo, e o príncipe deste mundo foi «lançado fora» (147). «Pôs-se a perseguir a Mulher» (Ap 12, 13) (148), mas não logrou alcançá-la: a nova Eva, «cheia da graça» do Espírito Santo, foi preservada do pecado e da corrupção da morte (Imaculada Conceição e Assunção da santíssima Mãe de Deus, Maria, sempre Virgem). Então, «furioso contra a Mulher, foi fazer guerra contra o resto da sua descendência» (Ap 12, 17). Eis porque o Espírito e a Igreja rogam: «Vem, Senhor Jesus!» (Ap 22, 17.20), já que a sua vinda nos libertará do Maligno.”

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Até o fim dos tempos, a ação do demônio permanece como realidade espiritual concreta. Sua derrota final está profetizada no Apocalipse (20, 10): “O diabo, sedutor deles, foi lançado no lago de fogo e enxofre — evento escatológico que restaurará plenamente a ordem desejada por Deus.

São Tomás não dramatiza Satanás. Pelo contrário, ele o define com precisão: um ser decaído, limitado, derrotado em essência, e condenado pela sua própria escolha. Um inimigo real, mas não absoluto. Diante dele, o cristão não está indefeso: está armado com a graça, com os sacramentos, com a oração e com a luz da Verdade.

A queda dos anjos tem implicações profundas para a teologia cristã:

Cosmologia Cristã: A rebelião angélica introduz o mal no cosmos, embora subordinado à soberania divina. Como diz São Gregório de Nissa (Catechesis Magna, 6), "o mal não tem substância própria, mas é uma privação do bem."

Soteriologia: A vitória de Cristo sobre os poderes demoníacos (Efésios 6,12) é central para a redenção. Santo Anselmo (Cur Deus Homo, I, 7) argumenta que a Encarnação foi necessária para restaurar a ordem violada pela queda dos anjos e dos homens.

Vida Espiritual: A doutrina alerta os fiéis sobre a realidade da tentação. São João Cassiano (Conferências, VIII, 9) exorta os cristãos a resistirem às ciladas do diabo, imitando os anjos fiéis.

Ecos Patrísticos sobre a Queda dos Anjos

Santo Atanásio (†373) “O diabo, uma vez anjo, tornou-se inimigo por inveja do homem e, caído por orgulho, procura agora arrastar os homens para a perdição que escolheu.”    (Carta a Epicteto, PG 26, 1057)

São Gregório Magno (†604) “Quando Satanás quis ser semelhante a Deus, perdeu a semelhança com Deus. Ele caiu porque quis subir com arrogância e foi lançado no abismo pela justiça divina.”    (Moralia in Job, Livro XXXIV, c.3)

Santo Irineu de Lyon (†202) “Os anjos que pecaram e se rebelaram contra Deus, foram expulsos e tornaram-se demônios. Deus permitiu que eles permanecessem para o bem da provação humana.”    (Contra as Heresias, IV, 66, 2)

São João Damasceno (†749) “O diabo não foi criado mau por natureza, mas tornou-se mau por sua própria escolha. A liberdade é dom de Deus, mas o uso errado dessa liberdade é escolha da criatura.”    (Exposição da Fé Ortodoxa, II, 4).

Conclusão

A Queda dos Anjos é um evento trágico que marca o início da luta contra o mal. Compreender essa doutrina nos ajuda a reconhecer a importância de nossas escolhas, a realidade da batalha espiritual e a necessidade da graça divina para permanecermos fiéis a Deus.

Resumo das implicações teológicas:   


  • Origem do Mal: Explica a existência do mal no mundo como resultado da livre escolha de criaturas espirituais.   
  • Livre Arbítrio: Demonstra a importância do livre arbítrio e suas consequências, tanto para os anjos quanto para os seres humanos.   
  • Batalha Espiritual: Revela a realidade de uma batalha espiritual contínua entre o bem e o mal, na qual os cristãos são chamados a participar.   
  • Misericórdia Divina: Apesar da Queda, Deus oferece a salvação à humanidade através de Cristo, mostrando Sua infinita misericórdia e amor.

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A Queda dos Anjos é um tema central na teologia católica, pois aborda a origem do mal, a importância do livre arbítrio e a contínua batalha espiritual. Os Padres da Igreja e os Doutores forneceram insights valiosos sobre a natureza dos anjos, sua escolha de se rebelar contra Deus e as implicações dessa Queda para a humanidade.

 

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Fátima: Nossa Senhora, os Pastorinhos e a Visão do Inferno


 
Há mais de um século, a Santíssima Virgem Maria apareceu a três crianças — Lúcia, Francisco e Jacinta — em Fátima, Portugal, fazendo-lhes um apelo terrível ao arrependimento. No aniversário dessa maravilhosa aparição de Nossa Senhora em Fátima, refletimos sobre a visão assombrosa do inferno que
elas tiveram, exortando a humanidade a abandonar o pecado.

Em 1917, na pacata vila de Fátima, Portugal, três jovens pastores — Lúcia dos Santos (10), Francisco Marto (9) e Jacinta Marto (7) — vivenciaram uma série de aparições divinas que transformaram o mundo.

As crianças, humildes e piedosas, passavam os dias pastoreando ovelhas nos campos da Cova da Iria. Rezavam frequentemente o Rosário juntas, alheias à profunda intervenção celestial que em breve tocaria suas vidas simples.

Em 13 de maio de 1917, enquanto os três pastorinhos pastoreavam seu rebanho nos campos de Fátima, uma senhora luminosa, brilhando "mais que o sol", apareceu diante deles. Ela os incentivou a retornar ao mesmo lugar no dia 13 de cada mês durante seis meses, prometendo aparecer novamente.

Durante as aparições de Fátima, a Virgem Maria revelou três segredos a Lúcia, Francisco e Jacinta. O primeiro foi uma visão aterrorizante do inferno, mostrando almas em tormento por rejeitarem a Deus, impactando profundamente os irmãos Francisco e Jacinta.

O segundo segredo de Fátima incitava à devoção ao Imaculado Coração de Maria, pedindo orações e sacrifícios para salvar os pecadores e trazer a paz. Maria previu o fim da Primeira Guerra Mundial, mas alertou sobre uma guerra pior (a Segunda Guerra Mundial) se a humanidade não se arrependesse. No segundo segredo de Fátima, Maria pediu a Consagração da Rússia ao seu Imaculado Coração, prometendo paz e a conversão da Rússia se fosse atendida. Caso contrário, os erros da Rússia se espalhariam, causando guerras e perseguições à Igreja.

O terceiro segredo de Fátima, finalmente revelado em 2000, detalhou os julgamentos da Igreja, incluindo a perseguição aos cristãos e uma tentativa de assassinato de um papa. Muitos veem isso como uma profecia do atentado de 1981 contra o Papa João Paulo II.

A aparição final, em 13 de outubro de 1917, foi acompanhada pelo "Milagre do Sol", testemunhado por mais de 70.000 pessoas. O sol pareceu dançar no céu, mudar de cor e mergulhar em direção à Terra antes de retornar ao seu lugar. Este milagre confirmou a autenticidade das visões das crianças.

O Milagre do Sol deixou até os céticos boquiabertos, com muitos caindo de joelhos em arrependimento. O evento foi noticiado em jornais seculares do mundo todo, atraindo a atenção global para Fátima.

As crianças enfrentaram imensos desafios ao compartilhar suas experiências. Foram ridicularizadas, ameaçadas e até mesmo presas pelas autoridades locais, que tentaram forçá-las a retratar sua história. Apesar disso, permaneceram firmes em seu testemunho.

Francisco, um menino contemplativo e gentil, ficou profundamente comovido com a visão do inferno. Dedicou sua curta vida a rezar pelos pecadores e a oferecer sacrifícios para consolar o "coração triste de Jesus". Faleceu em 1919, aos 10 anos, dizendo: "Vou para o Céu e lá rezarei por vocês".

Jacinta, a mais nova, foi profundamente afetada pelo sofrimento que viu na visão do inferno. Tornou-se um veículo de compaixão, oferecendo os seus próprios sofrimentos pela conversão dos pecadores. Faleceu em 1920, aos 9 anos, suportando grande dor com notável paciência.

Lúcia, a mais velha, teve a responsabilidade de comunicar as mensagens de Maria ao mundo. Ingressou no convento carmelita e viveu como Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Imaculado Coração. Escreveu extensivamente sobre as aparições e faleceu em 2005, aos 97 anos.

A devoção ao Imaculado Coração de Maria, central nas mensagens de Fátima, nos convoca a honrar o coração de Maria, que está repleto de amor a Deus e à humanidade. Maria pediu atos de reparação, incluindo oração, sacrifício e a devoção do Primeiro Sábado, para consolar seu coração e levar as almas a Deus.

A devoção dos Cinco Primeiros Sábados envolve assistir à Missa, receber a Comunhão, rezar o Rosário e meditar sobre seus mistérios no primeiro sábado de cinco meses consecutivos. Essa prática visa reparar os pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria.

O Imaculado Coração de Maria é um símbolo de sua pureza, amor e cuidado maternal. Ao nos dedicarmos ao seu coração, nos aproximamos de Jesus, assim como Maria sempre nos conduz ao seu Filho. Essa devoção é uma maneira poderosa de crescer em santidade e trazer paz ao mundo.

As vidas de Francisco e Jacinta, embora breves, foram marcadas por uma santidade extraordinária. Eles foram canonizados pelo Papa Francisco em 13 de maio de 2017, no centenário da primeira aparição. São os mais jovens santos não mártires da Igreja Católica.

A causa de canonização de Lúcia está em andamento. Sua dedicação ao longo da vida à divulgação das mensagens de Fátima e à vivência de uma vida de oração e sacrifício continua a inspirar milhões de pessoas em todo o mundo.

As mensagens de Fátima permanecem tão relevantes hoje quanto eram em 1917. Elas nos convocam a rezar o Rosário diariamente pela paz, a nos arrependermos e retornarmos a Deus, e a nos dedicarmos ao Imaculado Coração de Maria. Essas práticas são caminhos para a santidade e a paz.

Mas o que é o inferno?

Um poço de fogo? Solidão eterna? E o que a Bíblia diz sobre quem vai para o inferno? Vamos explorar...

A visão do inferno que as crianças de Fátima tiveram foi um "mar de fogo" com demônios e almas em agonia, queimando, mas nunca consumidos. Foi um vislumbre de sofrimento eterno. Lúcia escreveu mais tarde: “Vimos almas gritando de dor, trespassadas por demônios. O horror foi tão grande que teríamos morrido sem a graça de Deus.

”O inferno, na teologia cristã, é a separação total de Deus — uma escolha de rejeitar o Seu amor. Não é apenas fogo; é a ausência de esperança e alegria.

Jesus alertou sobre esse destino em Mateus 25, descrevendo o julgamento final. Ele separa as “ovelhas” (justos) dos “bodes” (injustos). Aos bodes, Jesus diz: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25:41). Você deve ficar arrepiado só de pensar em Jesus dizendo essas palavras.

Fátima ecoa o aviso de Jesus: o inferno é real, e as almas correm o risco de perdê-lo ao se afastarem de Deus. Ambos nos chamam a despertar e a escolher com sabedoria.

Por que o inferno?

Deus nos dá o livre-arbítrio. Podemos escolher o amor ou rejeitá-lo. O inferno é a consequência de dizer "não" a Deus para sempre. Vimos um vislumbre disso quando Adão e Eva disseram sim ao diabo e não a Deus.

Por sua desobediência, Adão e Eva foram expulsos para sempre do Jardim do Éden, resultando na morte espiritual. A história de Adão e Eva escolhendo sua vontade em vez do mandamento de Deus é um sério alerta sobre a separação de Deus.

Jesus frequentemente usa o termo "Geena" (de um vale perto de Jerusalém associado à queima de lixo) para descrever o inferno como um lugar de tormento ardente. Ele alerta que o pecado — raiva, luxúria ou falta de arrependimento — pode levar a ser "lançado no inferno".

Jesus descreve este lugar como um lugar de "choro e ranger de dentes" para aqueles excluídos do Reino de Deus. Maria, em Fátima, exortou ao arrependimento, à oração e ao Rosário para evitar o inferno. Sua mensagem: a misericórdia de Deus é infinita, mas devemos aceitá-la.

Outro termo — o lago de fogo — descreve o inferno. Apocalipse 20:14-15 descreve um julgamento final onde a morte, o Hades e os injustos são lançados em um "lago de fogo", a "segunda morte", reservada para aqueles que não estão no Livro da Vida. A cultura moderna nega que Jesus seja algo mais do que um filósofo simpático. Eles o transformaram em um sujeito passivo e inofensivo — não no Filho de Deus com o poder de salvar ou lançar no inferno.

No Evangelho de Mateus 7, 13-14, Jesus alerta que a "porta larga" leva à destruição, enquanto a "porta estreita" leva à vida, incentivando as pessoas a escolherem a justiça. Em Marcos 9:43-48, Jesus enfatiza o corte das fontes do pecado (por exemplo, mão, pé, olho) para evitar o inferno, onde "o verme não morre, e o fogo não se apaga".

Outros escritos do Novo Testamento, como as Epístolas, também alertam sobre o inferno. Em 2 Tessalonicenses 1:8-9, Paulo alerta que aqueles que rejeitam o evangelho enfrentarão "a destruição eterna, longe da presença do Senhor". Hebreus 10, 26-31 alerta que o pecado deliberado depois de receber a verdade leva a uma "expectativa terrível de julgamento e a uma fúria de fogo". Os avisos do inferno incitam as pessoas a abandonarem o pecado e aceitarem a graça de Deus. É a mensagem de Jesus, São Paulo e Fátima.

Alguns perguntam: "O inferno é justo?". Se Deus é amor, Ele não nos forçará a amá-Lo. O inferno respeita nossa liberdade, mesmo que seja uma escolha trágica. O inferno é real, como Fátima e Jesus (Mt 25:41) alertam. Mas Deus não quer você lá. "Não tenho prazer na morte do ímpio" (Ez 33:11). Sua misericórdia está à espera — volte-se para Ele!

"Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, livrai-nos do fogo do inferno, principalmente aqueles que mais necessitam da vossa misericórdia.


 

As orações ensinadas por Nossa Senhora e pelo Anjo de Portugal em Fátima são preciosas para a espiritualidade católica. Aqui estão as orações originais reveladas aos pastorinhos entre 1916 e 1917.

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Orações ensinadas pelo Anjo de Portugal (1916)

1. Oração ao Santíssima Trindade

 

“Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos.

Peço-Vos perdão para os que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam.”

 

2. Oração de Reparação

 

“Santíssima Trindade,

Pai, Filho e Espírito Santo,

adoro-Vos profundamente

e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade

de Nosso Senhor Jesus Cristo,

presente em todos os sacrários da terra,

em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido.

E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria,

peço-Vos a conversão dos pobres pecadores.”

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Orações ensinadas por Nossa Senhora de Fátima (1917)

3. Oração de Jaculatória (após cada dezena do Rosário)

 

“Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno,

levai as almas todas para o Céu, principalmente as que mais precisarem.”

 

 

4. Oração do Sacrifício (oferecida nas mortificações)

 

“Ó Jesus, é por Vosso amor,

pela conversão dos pecadores

e em reparação pelos pecados cometidos

contra o Imaculado Coração de Maria.”

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segunda-feira, 12 de maio de 2025

Santos Doutores da Igreja Católica

The Holy Unmercenaries – Prayer Rope

 

Doutores da Igreja Católica

1. Santo Ambrósio de Milão   

Nome completo: Santo Ambrósio (Aurelius Ambrosius)   

Nascimento: Por volta de 340 d.C., em Augusta dos Tréveros (atual Trier, Alemanha)   

Falecimento: 4 de abril de 397, em Milão, Itália   

Biografia:    Ambrósio nasceu em uma família romana cristã de prestígio. Formado em retórica e direito, tornou-se governador da Ligúria e Emília. Foi eleito bispo de Milão em 374, mesmo sendo ainda catecúmeno. Como bispo, defendeu a ortodoxia contra o arianismo, apoiou a independência da Igreja frente ao Estado e foi um exemplo de santidade e erudição. Influenciou grandemente Santo Agostinho.

Razão do Título: Influente na relação entre Igreja e Estado, além de seus escritos litúrgicos e teológicos.

Proclamação como Doutor: Século XIII   

Papa que proclamou: Papa Bonifácio VIII (por tradição, sem data exata de proclamação)

 

2. Santo Agostinho de Hipona   

Nome completo: Santo Agostinho (Aurelius Augustinus Hipponensis)   

Nascimento: 13 de novembro de 354, em Tagaste (atual Souk Ahras, Argélia)  

Falecimento: 28 de agosto de 430, em Hipona (atual Annaba, Argélia)   

Biografia:    Um dos maiores pensadores cristãos, Agostinho viveu juventude marcada por buscas filosóficas e hedonistas. Converteu-se ao cristianismo após profunda reflexão e influência de sua mãe Santa Mônica e de Santo Ambrósio. Como bispo de Hipona, escreveu obras fundamentais como “Confissões” e “A Cidade de Deus”, formando as bases da teologia ocidental.  

Razão do Título: Elaboração de uma vasta teologia sobre graça, pecado, Igreja e Trindade, especialmente em "Confissões" e "A Cidade de Deus".

Proclamação como Doutor: 1298   

Papa que proclamou: Papa Bonifácio VIII

 

3. São Jerônimo   

Nome completo: São Jerônimo (Eusebius Sophronius Hieronymus)   

Nascimento: Por volta de 347, em Estridão (possivelmente na atual Croácia)   

Falecimento: 30 de setembro de 420, em Belém, Palestina   

Biografia:    Jerônimo foi um monge, eremita e estudioso das Escrituras. Dominava o grego, hebraico e latim. É conhecido principalmente por sua tradução da Bíblia para o latim — a Vulgata —, que se tornou texto oficial da Igreja por séculos. Teve forte influência na espiritualidade monástica e no estudo bíblico.   

Razão do Título: Tradução da Bíblia para o latim (Vulgata) e comentários exegéticos profundos.

Proclamação como Doutor: Século XIII   

Papa que proclamou: Papa Bonifácio VIII

 

4. São Gregório Magno   

Nome completo: São Gregório I, o Magno   

Nascimento: Por volta de 540, em Roma, Itália   

Falecimento: 12 de março de 604, em Roma, Itália   

Biografia:    Filho de família senatorial, abandonou a carreira política para tornar-se monge. Eleito Papa em 590, destacou-se por sua ação pastoral, reorganização da Igreja, obras de caridade e promoção da liturgia (iniciando o Canto Gregoriano). Escreveu a “Regra Pastoral”, ainda hoje referência para os bispos.   

Razão do Título: Reformador litúrgico, escritor espiritual e organizador pastoral da Igreja.

Proclamação como Doutor: Século XIII   

Papa que proclamou: Papa Bonifácio VIII

 

5. São Basílio Magno   

Nome completo: São Basílio de Cesareia   

Nascimento: Por volta de 329, em Cesareia da Capadócia (atual Turquia)   

Falecimento: 1º de janeiro de 379, em Cesareia da Capadócia   

Biografia:    Nascido em uma família cristã e culta, Basílio estudou em Constantinopla e Atenas, onde conheceu São Gregório Nazianzeno. Após se converter profundamente, tornou-se monge, fundando uma forma de vida monástica orientada para a vida comum e o serviço aos pobres. Como bispo, combateu o arianismo e defendeu a doutrina trinitária. Sua “Regra Monástica” é ainda seguida no Oriente.   

Razão do Título: Contribuições fundamentais para a teologia monástica e doutrina do Espírito Santo.

Proclamação como Doutor: Século XIII   

Papa que proclamou: Papa Bonifácio VIII

 

6. São Gregório de Nazianzo   

Nome completo: São Gregório de Nazianzo (Gregório, o Teólogo)   

Nascimento: Por volta de 329, em Arianzus, Capadócia (atual Turquia)   

Falecimento: 25 de janeiro de 390, em Arianzus   

Biografia:    Grande orador e teólogo, conhecido como “o Teólogo” no Oriente. Destacou-se por sua defesa da Trindade contra os arianos. Foi arcebispo de Constantinopla durante o Concílio de 381. Seus sermões e poesias teológicas influenciaram fortemente a doutrina trinitária e a espiritualidade cristã.   

Razão do Título: Teólogo da Trindade, especialmente conhecido por seus discursos teológicos sobre o Filho e o Espírito Santo.

Proclamação como Doutor: Século XIII  

Papa que proclamou: Papa Bonifácio VIII

 

7. São Gregório de Nissa   

Nome completo: São Gregório de Nissa   

Nascimento: Por volta de 335, na Capadócia (atual Turquia)   

Falecimento: Por volta de 395, em local incerto (possivelmente Nissa, Capadócia)    Biografia:    Irmão de São Basílio, tornou-se bispo de Nissa e destacou-se por sua teologia mística e espiritual. Influenciado por Platão, formulou conceitos profundos sobre a divinização do ser humano e a incompreensibilidade de Deus. É considerado o “Pai da Mística Cristã”.   

Razão do Título: Gregório escreveu muitos sermões, tratados e obras teológicas, que são importantes fontes para o estudo da teologia cristã e para a compreensão da sua influência. Suas obras também exploram a ideia da salvação universal e do retorno de todos à comunhão com Deus.

Proclamação como Doutor: Século IX (considerado Doutor no Oriente)   

Papa que proclamou: Reconhecido tradicionalmente, não há proclamação formal ocidental

 

8. São João Crisóstomo   

Nome completo: São João Crisóstomo   

Nascimento: Por volta de 349, em Antioquia (atual Turquia)   

Falecimento: 14 de setembro de 407, em Comana, Ponto (atual Turquia)   

Biografia:    Conhecido como “Boca de Ouro” (Crisóstomo), foi um dos maiores pregadores da Igreja Antiga. Arcebispo de Constantinopla, denunciou abusos do clero e do imperador, o que levou ao seu exílio e morte. Seus comentários bíblicos, homilias e a Divina Liturgia que leva seu nome são tesouros do patrimônio cristão.   

Razão do Título: Destacou-se pela eloquência nas homilias e interpretações bíblicas.

Proclamação como Doutor: 451 (Concílio de Calcedônia reconheceu sua autoridade doutrinal)   

Papa que proclamou: Reconhecido formalmente como Doutor no Ocidente por Papa São Pio V em 1568;

 

9. São Leão Magno  

Nome completo: Papa São Leão I, o Magno   

Nascimento: Por volta de 400, em Toscana, Itália   

Falecimento: 10 de novembro de 461, em Roma, Itália   

Biografia:    Leão Magno foi um dos maiores Papas da Antiguidade. Defensor da doutrina da Encarnação, escreveu o famoso “Tomo a Flaviano”, fundamental no Concílio de Calcedônia (451), onde afirmou a união das duas naturezas em Cristo. Foi incansável na defesa da unidade da Igreja e do primado romano.   

Razão do Título: Doutrina sobre as duas naturezas de Cristo e liderança pastoral como Papa.

Proclamação como Doutor: 1754   

Papa que proclamou: Papa Bento XIV

 

10. Santo Isidoro de Sevilha   

Nome completo: Santo Isidoro de Sevilha   

Nascimento: Por volta de 560, em Cartagena, Espanha   

Falecimento: 4 de abril de 636, em Sevilha, Espanha   

Biografia:    Foi arcebispo de Sevilha e uma das maiores figuras da cultura visigótica. É autor das “Etimologias”, uma enciclopédia que preservou o saber clássico. Promoveu a educação e a conversão dos visigodos arianos. É considerado o último dos Padres da Igreja Latina.   

Razão do Título: Compilador do saber da Antiguidade e promotor da educação cristã.

Proclamação como Doutor: 1722   

Papa que proclamou: Papa Inocêncio XIII

 

11. São Beda, o Venerável   

Nome completo: São Beda, o Venerável   

Nascimento: Por volta de 672, em Northumbria, Inglaterra   

Falecimento: 25 de maio de 735, em Jarrow, Inglaterra   

Biografia:    Monge beneditino e grande historiador da Igreja na Inglaterra. Sua principal obra, “História Eclesiástica do Povo Inglês”, é uma fonte preciosa para o conhecimento do cristianismo primitivo nas Ilhas Britânicas. Também escreveu comentários bíblicos e tratados de cronologia.   

Razão do Título: Historiador da Igreja e erudito da Bíblia e da Patrística.

Proclamação como Doutor: 1899   

Papa que proclamou: Papa Leão XIII

 

12. São Pedro Crisólogo   

Nome completo: São Pedro Crisólogo   

Nascimento: Por volta de 380, em Ímola, Itália   

Falecimento: Cerca de 450, em Ímola, Itália   

Biografia:    Arcebispo de Ravena, foi chamado “Crisólogo” (palavra de ouro) por seu dom na pregação. Escreveu mais de 170 homilias claras, simples e profundas, centradas na encarnação e na caridade.   

Razão do Título: Defendeu a fé católica contra heresias, como o monofisitismo, que afirmava que Cristo tinha apenas uma natureza divina. É considerado um modelo de pastor, um pregador eloquente e um defensor da verdade. 

Proclamação como Doutor: 1729   

Papa que proclamou: Papa Bento XIII

 

13. Santo Anselmo de Boaventura   

Nome completo: Santo Anselmo de Aosta   

Nascimento: Por volta de 1033, em Aosta, Itália   

Falecimento: 21 de abril de 1109, em Cantuária, Inglaterra   

Biografia:    Monge beneditino, teólogo e arcebispo de Cantuária. Desenvolveu o conceito da “fé que busca entendimento” (fides quaerens intellectum). Escreveu obras fundamentais como Proslogion, onde apresenta o argumento ontológico para a existência de Deus.   

Razão do Título: Pai da escolástica e formulador da prova ontológica da existência de Deus.

Proclamação como Doutor: 1720   

Papa que proclamou: Papa Clemente XI

 

14. São Bernardo de Claraval   

Nome completo: São Bernardo de Claraval   

Nascimento: 1090, em Fontaine-lès-Dijon, França   

Falecimento: 20 de agosto de 1153, em Claraval, França   

Biografia:    Monge cisterciense, reformador, pregador da Segunda Cruzada e mestre espiritual. Fundou o mosteiro de Claraval e exerceu imensa influência na cristandade. Seus sermões sobre o Cântico dos Cânticos revelam profunda mística e amor à Virgem Maria. Ensinou que o amor de Deus deve ser o centro da vida cristã.   

Razão do Título: Teólogo místico e defensor da ortodoxia contra heresias.

Proclamação como Doutor: 1830   

Papa que proclamou: Papa Pio VIII

 

15. São Tomás de Aquino   

Nome completo: São Tomás de Aquino   

Nascimento: 1225, em Roccasecca, Reino da Sicília (atual Itália)   

Falecimento: 7 de março de 1274, em Fossanova, Itália   

Biografia:    Teólogo dominicano, o maior expoente da Escolástica. Uniu fé e razão com maestria, especialmente pela síntese do pensamento aristotélico com a teologia cristã. Sua Suma Teológica é um dos pilares do pensamento católico. Defensor da Eucaristia, compôs hinos como o Tantum Ergo.   

Razão do Título: Sistematizador da teologia cristã com base na filosofia aristotélica; autor da "Suma Teológica"

Proclamação como Doutor: 1567   

Papa que proclamou: Papa Pio V   

Título honorífico: Doutor Angélico

 

16. São Boaventura   

Nome completo: São Boaventura de Bagnoregio   

Nascimento: Por volta de 1217, em Bagnoregio, Itália  

 Falecimento: 15 de julho de 1274, em Lyon, França   

Biografia:    Franciscano, teólogo e místico. Foi Ministro Geral da Ordem Franciscana e participou do Concílio de Lyon II. Uniu a espiritualidade franciscana com a teologia escolástica. Suas obras destacam o papel do amor na união com Deus. Escreveu a Itinerário da Mente para Deus, uma obra-prima mística.   

Razão do Título: Teólogo franciscano que uniu mística e escolástica.

Proclamação como Doutor: 1588   

Papa que proclamou: Papa Sisto V   

Título honorífico: Doutor Seráfico

 

17. Santo Alberto Magno   

Nome completo: São Alberto de Lauingen (Alberto Magno)   

Nascimento: Por volta de 1200, em Lauingen, Alemanha   

Falecimento: 15 de novembro de 1280, em Colônia, Alemanha   

Biografia:    Dominicano, mestre de São Tomás de Aquino, destacou-se por seu conhecimento em ciências naturais, filosofia e teologia. Foi pioneiro no estudo de Aristóteles na cristandade latina. Foi chamado “Doctor Universalis” por sua vastíssima erudição.   

Razão do Título: Enciclopedista e mestre de São Tomás, integrou fé e razão na ciência e filosofia.

Proclamação como Doutor: 1931   

Papa que proclamou: Papa Pio XI

 

18. Santa Catarina de Sena   

Nome completo: Santa Catarina Benincasa de Sena   

Nascimento: 25 de março de 1347, em Sena, Itália   

Falecimento: 29 de abril de 1380, em Roma, Itália   

Biografia:    Mística dominicana, leiga da Ordem Terceira. Teve visões desde a infância e escreveu o Diálogo da Divina Providência. Foi conselheira de papas e trabalhou pela unidade da Igreja durante o Cisma do Ocidente. Teve papel decisivo no retorno do Papa de Avignon para Roma.   

Razão do Título: Influência teológica e política na reforma da Igreja, com escritos místicos notáveis.

Proclamação como Doutora: 1970   

Papa que proclamou: Papa Paulo VI   

Título honorífico: Doutora do Diálogo

 

19. São João da Cruz   

Nome completo: São João da Cruz (Juan de Yepes Álvarez)   

Nascimento: 24 de junho de 1542, em Fontiveros, Espanha   

Falecimento: 14 de dezembro de 1591, em Úbeda, Espanha   

Biografia:    Reformador da Ordem Carmelita junto com Santa Teresa d’Ávila, foi mestre da mística cristã. Suas obras como Subida do Monte Carmelo e Noite Escura da Alma são clássicos da teologia espiritual. Ensinou sobre o despojamento interior necessário para a união com Deus.   

Razão do Título: Mestre da mística cristã e co-reformador da Ordem Carmelita.

Proclamação como Doutor: 1926   

Papa que proclamou: Papa Pio XI   

Título honorífico: Doutor Místico

 

20. Santa Teresa de Ávila   

Nome completo: Santa Teresa de Jesus (Teresa Sánchez de Cepeda y Ahumada)   

Nascimento: 28 de março de 1515, em Ávila, Espanha   

Falecimento: 4 de outubro de 1582, em Alba de Tormes, Espanha   

Biografia:    Reformadora da Ordem Carmelita e fundadora das carmelitas descalças, foi uma das grandes místicas da Igreja. Suas obras, como O Castelo Interior e Livro da Vida, tratam da vida interior e da união com Deus. Exerceu influência decisiva na espiritualidade cristã.   

Razão do Título: Reformadora carmelita e autora de tratados místicos como "O Castelo Interior".

Proclamação como Doutora: 1970   

Papa que proclamou: Papa Paulo VI  

Título honorífico: Doutora da Oração

 

21. São Lourenço de Brindisi   

Nome completo: São Lourenço de Brindisi (Giulio Cesare Russo)   

Nascimento: 22 de julho de 1559, em Brindisi, Itália   

Falecimento: 22 de julho de 1619, em Lisboa, Portugal   

Biografia:    Capuchinho, grande pregador e diplomata, com profundos conhecimentos em hebraico, grego e latim. Defensor da fé contra o protestantismo e o islamismo. Seus sermões teológicos e marianos mostram profunda ortodoxia e zelo apostólico.   

Razão do Título: Pregador e teólogo com domínio de línguas eclesiásticas e bíblicas.

Proclamação como Doutor: 1959   

Papa que proclamou: Papa João XXIII

 

22. São Francisco de Sales   

Nome completo: São Francisco de Sales   

Nascimento: 21 de agosto de 1567, em Thorens-Glières, França   

Falecimento: 28 de dezembro de 1622, em Lyon, França   

Biografia:    Bispo de Genebra, escritor e diretor espiritual. Autor de Introdução à Vida Devota e Tratado do Amor de Deus. Defensor da santidade acessível a todos, inclusive aos leigos. Fundador da Ordem da Visitação com Santa Joana de Chantal.   

Razão do Título: Espiritualidade acessível ao laicato, autor de "Filotéia".

Proclamação como Doutor: 1877   

Papa que proclamou: Papa Pio IX   

Título honorífico: Doutor da Doçura

 

23. São Roberto Belarmino   

Nome completo: São Roberto Belarmino   

Nascimento: 4 de outubro de 1542, em Montepulciano, Itália   

Falecimento: 17 de setembro de 1621, em Roma, Itália   

Biografia:    Jesuíta, cardeal, teólogo da Contra-Reforma. Autor das Disputações sobre os Controvérsias Cristãs, uma das obras mais sistemáticas contra os erros protestantes. Participou da reforma da Igreja e do julgamento de Galileu (como moderado).   

Razão do Título: Apologista contra o protestantismo e defensor da autoridade papal.

Proclamação como Doutor: 1931   

Papa que proclamou: Papa Pio XI

 

24. Santo Afonso Maria de Ligório   

Nome completo: Santo Afonso Maria de Ligório   

Nascimento: 27 de setembro de 1696, em Marianella, Itália   

Falecimento: 1º de agosto de 1787, em Pagani, Itália   

Biografia:    Fundador da Congregação do Santíssimo Redentor (redentoristas), bispo, missionário, moralista e escritor espiritual. Defendeu a moral católica equilibrada, combatendo tanto o rigorismo quanto o laxismo. Escreveu a Teologia Moral, além de tratados devocionais como Visitas ao Santíssimo Sacramento.   

Razão do Título: Defensor da Moral católica e fundador dos redentoristas; escreveu sobre teologia moral e espiritualidade moral e espiritualidade.

Proclamação como Doutor: 1871   

Papa que proclamou: Papa Pio IX   

Título honorífico: Doutor da Moral

 

25. São Cirilo de Alexandria   

Nome completo: São Cirilo de Alexandria   

Nascimento: c. 376, em Alexandria, Egito   

Falecimento: 27 de junho de 444, em Alexandria, Egito   

Biografia:    Patriarca de Alexandria, grande defensor da maternidade divina de Maria (Theotokos), especialmente no Concílio de Éfeso (431). Combateu o nestorianismo e promoveu a doutrina da união hipostática de Cristo. Seus escritos sobre a encarnação marcaram a teologia cristã.   

Razão do Título: Defesa da maternidade divina de Maria (Theotokos) e da união hipostática em Cristo.

Proclamação como Doutor: 1882  

Papa que proclamou: Papa Leão XIII

 

26. São Cirilo de Jerusalém   

Nome completo: São Cirilo de Jerusalém   

Nascimento: c. 313, em Jerusalém    Falecimento: 386, em Jerusalém   

Biografia:    Bispo de Jerusalém, conhecido por suas Catequeses, destinadas a preparar os catecúmenos para o batismo. Enfrentou a crise ariana e sofreu exílio por sua fidelidade à ortodoxia. Destacou-se pela clareza na explicação dos sacramentos e da doutrina cristã.   

Razão do Título: Catequeses teológicas fundamentais para iniciantes na fé.

Proclamação como Doutor: 1882   

Papa que proclamou: Papa Leão XIII

 

27. Santo Efrém, o Sírio   

Nome completo: Santo Efrém da Síria   

Nascimento: c. 306, em Nísibis (atual Turquia)  

Falecimento: 9 de junho de 373, em Edessa   

Biografia:    Diácono e poeta, é considerado o maior teólogo da Igreja Síria. Escreveu hinos, comentários bíblicos e tratados contra heresias, com grande beleza literária e profundidade espiritual. Chamado de “Harpa do Espírito Santo”.   

Razão do Título: Poeta e teólogo da liturgia siríaca; autor de hinos eclesiásticos e doutrinais.

Proclamação como Doutor: 1920  

 Papa que proclamou: Papa Bento XV

 

28. São João Damasceno   

Nome completo: São João Damasceno   

Nascimento: c. 675, em Damasco, Síria   

Falecimento: c. 749, no Mosteiro de São Sabas, Palestina   

Biografia:    Último dos Padres da Igreja Oriental. Defensor das imagens sagradas durante a crise iconoclasta. Autor da obra Fonte do Conhecimento, síntese da teologia patrística. Destacou-se na mariologia e no culto dos santos.   

Razão do Título: Defensor do culto das imagens sagradas e sistematizador da teologia bizantina.

Proclamação como Doutor: 1890   

Papa que proclamou: Papa Leão XIII

 

29. São Gregório Nazianzeno   

Nome completo: São Gregório de Nazianzo   

Nascimento: c. 329, em Arianzus, Capadócia   

Falecimento: c. 390, em Nazianzo   

Biografia:    Teólogo e orador, conhecido como “o Teólogo” no Oriente. Defensor da doutrina trinitária contra o arianismo. Seus sermões sobre o Verbo encarnado são considerados obras-primas. Destacou-se também por sua espiritualidade e poesia.   

Razão do Título: Místico armênio com profundo lirismo teológico e espiritual.

Proclamação como Doutor: 1568   

Papa que proclamou: Papa Pio V

 

30. São Atanásio de Alexandria

Nome Completo: Athanásios Alexandrías

Nascimento: c. 296 Alexandria, no Egito

Falecimento: 2 de maio de 373 Alexandria, no Egito;

Biografia: foi um bispo, teólogo e líder cristão egípcio do século IV, considerado um dos maiores "Pai da Igreja". Recebeu uma boa educação em filosofia, gramática e teologia. Ele é conhecido principalmente por sua defesa do Trinitarismo contra o Arianismo, uma heresia que negava a divindade de Jesus. Atanásio foi um forte defensor da fé nicena, que afirmava a divindade de Jesus, e enfrentou oposição e perseguições por seus ensinamentos. Foi ordenado sacerdote e serviu como diácono e assistente do bispo Alexandre de Alexandria. Após a morte de Alexandre, foi eleito bispo de Alexandria em 326. No Primeiro Concílio de Niceia (325), Atanásio desempenhou um papel crucial na defesa do Trinitarismo contra o Arianismo. Devido à sua defesa do Trinitarismo, enfrentou diversas perseguições e exílios, sendo expulso de Alexandria cinco vezes

Razão do Título: reconhecido pela sua contribuição para a teologia e a fé cristã. Defesa incansável da divindade de Cristo contra o arianismo, com profundos escritos teológicos sobre a Trindade.

Proclamação como Doutor: 1568

Papa que proclamou: Papa Pio V (por meio da bula "Divina disponente clementia")

 

 

31. Santa Teresinha do Menino Jesus   

Nome completo: Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face (Thérèse Martin)   

Nascimento: 2 de janeiro de 1873, em Alençon, França  

Falecimento: 30 de setembro de 1897, em Lisieux, França   

Biografia:    Carmelita descalça, mística e doutora da espiritualidade da “pequena via”. Ensinou o caminho da confiança e abandono filial em Deus. Sua autobiografia, História de uma Alma, tornou-se um clássico espiritual.   

Razão do Título: Teologia da infância espiritual, confiança e amor misericordioso de Deus.

Proclamação como Doutora: 1997   

Papa que proclamou: Papa João Paulo II   

Título honorífico: Doutora do Amor

 

32. Santa Hildegarda de Bingen   

Nome completo: Santa Hildegarda de Bingen   

Nascimento: 1098, em Bermersheim, Alemanha   

Falecimento: 17 de setembro de 1179, em Bingen, Alemanha   

Biografia:    Abadessa beneditina, mística, musicista, escritora, profetisa e naturalista. Escreveu visões teológicas como o Scivias e obras sobre medicina e cosmologia. Influente em seu tempo, escreveu a papas e imperadores.   

Razão do Título: Visões místicas e ensinamentos sobre medicina, cosmologia e espiritualidade;

Proclamação como Doutora: 2012  

Papa que proclamou: Papa Bento XVI   

Título honorífico: Doutora da Visão

 

33. São João de Ávila  

Nome completo: São João de Ávila  

Nascimento: 6 de janeiro de 1499, em Almodóvar del Campo, Espanha   

Falecimento: 10 de maio de 1569, em Montilla, Espanha   

Biografia:    Sacerdote e missionário espanhol, influente na reforma católica na Espanha. Autor de cartas espirituais e do Audi, filia. Diretor de Santa Teresa de Ávila e São João de Deus.   

Razão do Título: Pregador e escritor espiritual influente na reforma católica.

Proclamação como Doutor: 2012   

Papa que proclamou: Papa Bento XVI

 

34. Santo Hilário de Poitiers

Nome completo: Hilário de Poitiers 

Data de nascimento: c. 310 d.C. 

Data de falecimento: 367 d.C. 

Biografia:  Nascido em Poitiers, França, em família pagã da aristocracia galo-romana, converteu-se ao cristianismo adulto. Foi eleito bispo de Poitiers por aclamação popular por volta de 350. Tornou-se o principal oponente do arianismo no Ocidente, o que lhe valeu o exílio na Frígia (Ásia Menor) pelo imperador Constâncio II. Durante o exílio (356-361), escreveu suas obras mais importantes e estudou a teologia oriental. 

Razão de ser Doutor da Igreja:  - Sua profunda defesa da doutrina da Trindade contra os arianos - Obras teológicas fundamentais como "De Trinitate" (Sobre a Trindade) - Recebeu o título de "Atanásio do Ocidente" por sua luta contra as heresias 

Proclamação como Doutor:  13 de maio de 1851 

Papa que proclamou: Pio IX 

Título honorífico: "Martelo dos Arianos" (Malleus Arianorum)

 

35. São Pedro Damião

Nome completo: Pietro Damiani 

Data de nascimento: 1007 

Data de falecimento: 21/22 de fevereiro de 1072 

Biografia:  Nascido em Ravena, Itália, ficou órfão cedo e foi criado por um irmão que o maltratava. Outro irmão, arcipreste de Ravena, cuidou de sua educação. Tornou-se professor renomado, mas abandonou tudo para tornar-se eremita camaldulense em 1035. Foi eleito abade e trabalhou pela reforma da Igreja, combatendo a simonia e o nicolaísmo. Nomeado cardeal-bispo de Óstia em 1057 pelo Papa Estêvão IX, foi conselheiro de vários papas.  Razão de ser Doutor da Igreja:  - Suas obras sobre reforma eclesiástica e vida espiritual - Tratados teológicos importantes como "De Divina Omnipotentia" - Contribuição para o direito canônico e a teologia sacramental 

Proclamação como Doutor:  27 de setembro de 1828 

Papa que proclamou: Leão XII 

Título honorífico: "Doutor da Reforma Gregoriana"

 

37. Santo Antônio de Lisboa (de Pádua)

Nome completo: Fernando Martins de Bulhões (nome de batismo) 

Data de nascimento: 15 de agosto de 1195 

Data de falecimento: 13 de junho de 1231 

Biografia:  Nascido em Lisboa, Portugal, ingressou nos Cônegos Regulares de Santo Agostinho aos 15 anos. Transferiu-se para Coimbra, onde entrou para os franciscanos em 1220, adotando o nome Antônio. Missionário no Marrocos, teve que retornar por doença. Tornou-se grande pregador na Itália e França, combatendo heresias. Foi o primeiro professor de teologia franciscano, com permissão especial de São Francisco.  Razão de ser Doutor da Igreja:  - Sermões cheios de erudição bíblica e teológica - Conhecimento profundo das Escrituras (chamado "Arca do Testamento") - Combate às heresias de seu tempo através do ensino 

Proclamação como Doutor:  16 de janeiro de 1946 

Papa que proclamou: Pio XII 

Título honorífico: "Doutor Evangélico" (Doctor Evangelicus) Observação: Santo Antônio é conhecido tanto como "de Lisboa" (local de nascimento) quanto "de Pádua" (local onde morreu e é venerado). Sua festa é celebrada em 13 de junho.

 

37. Santo Ireneu de Lyon   

Nome completo: Santo Ireneu de Lyon   

Nascimento: c. 130, em Esmirna (atual Turquia)   

Falecimento: c. 202, em Lyon, França   

Biografia:    Bispo de Lyon e um dos primeiros grandes teólogos da Igreja. Combateu as heresias gnósticas com sua obra Contra as Heresias, defendendo a unidade da fé apostólica e da Escritura.   

Razão do Título: Combateu heresias gnósticas e destacou-se na defesa da tradição apostólica.

Proclamação como Doutor: 2022   

Papa que proclamou: Papa Francisco   

Título honorífico: Doutor da Unidade