A PRÁTICA DA ESPIRITUALIDADE
Como viver efetivamente no dia a dia.
1º.
Quando olhamos na nossa
história de salvação, percebemos vários detalhes, que ao serem dispostos
unidos, mostram um quadro mais iluminado.
2º.
Primeiro, a MISERICÓRDIA como base de tudo, de
toda nossa vida. Depois, o acolhimento, sem julgamentos, sem discriminação, afetuoso, simples, como um
grande abraço, um ABRAÇO DE MISERICÓRDIA, de um pai que vê de longe o filho que
se arrepende e que com vergonha, inicia o regresso. Depois, FESTA, simplesmente a festa, por
cada um que se arrepende, e converte seu rumo de vida.
3º.
Logo, a Eucaristia, lugar da festa, missa
com a alegria presente, completa em ações de graças, leve, realizada com o
prazer de um banquete, agradável a todos, realizada com dinamismo, que se faz
renovar a cada dia, que canta e louva abertamente diante de um Deus que é acima
de tudo, um Pai Rico em MISERICÓRDIA. Sem ter receios de si mesmos, consciente
de estar frente a frente com Jesus, certo de sua presença real, do Cristo que
deu Sua vida pela nossa liberdade, que se sacrifica por cada um de nós, numa
doação santa.
4º.
Então, ser presença na vida do irmão que
necessita, no cuidado diário, na experiência de viver a fé, inseridos no Reino
de Deus. Despojados diante dEle e dos irmãos, onde cada um deve se “despir” de
todas as máscaras, fantasias e ser exatamente o que é, para aprender como o
Senhor quer que sejamos. E assim, ser tratado, para então, ser enviado, para ir
ao encontro dos pobres, estar de prontidão no serviço da Igreja, sendo presença na Paróquia em que
estivermos inseridos, de acordo com suas necessidades reais, segundo o carisma
que Deus nos chama a viver.
5º.
Consequentemente se tornar uma família, de
forma espontânea, uma família que festeja, mas que também se desentende, se
confronta sem medo do diálogo, mas que acima de tudo perdoa, que exerce, de forma intrínseca à própria vida, a
MISERICÓRDIA, o cerne de toda nossa existência.
6º.
Não podemos e nem
devemos temer os afetos, as empatias, devemos temer a indiferença, a
discriminação, o apego, e especialmente a falta de perdão, essa é a nossa
vigilância diária (Efésios 4, 26 – que o sol não se ponha sobre os vossos
ressentimentos!); lembrando insistentemente, que ninguém salva a si mesmo, só
Jesus pode nos salvar, devemos, no entanto contribuir, fazer nossa parte,
ajudando aos irmãos, sendo suporte necessário, indistintamente, e estes se
tornarão suportes para a nossa própria salvação, numa dinâmica de amor, como
vive a Santíssima Trindade.
7º.
Jesus está vivo! E vive
entre nós, disso nunca devemos esquecer!
É
festa, é celebração!
8º.
Nossa espiritualidade vive, particularmente, a devoção aos seguintes
santos com profunda devoção:
Padroeiro
|
Data
de Comemoração
|
Principal Característica que buscamos
|
São Filipe Neri
|
26/05
|
A Alegria da Misericórdia
|
São Josemaria Escrivá
|
26/06
|
A Misericórdia é a Obra
de Deus
|
Santa Teresa de
Calcutá
|
05/09
|
A Misericórdia na
Prática
|
Santa Teresinha do
Menino Jesus
|
01/10
|
Doutora da
Misericórdia – A Pequena Via
|
São Francisco
|
04/10
|
Misericórdia na
Pobreza e no amor
|
Santa Faustina
|
05/10
|
A Secretária da
Misericórdia
|
Santa Margarida Maria
Alacoque
|
17/10
|
A Ministra da
Misericórdia
|
São Lucas
|
18/10
|
O Evangelista da
Misericórdia
|
São João Paulo II
|
22/10
|
A Misericórdia em
Missão
|
9º.
Busquemos aprofundar na
Palavra as obras com que o Espírito Santo nos conduz a viver a MISERICÓRDIA,
usando como modelo o Catecismo de São Pio X que nos diz:
Obra de MISERICÓRDIA é
aquela com que se socorre o nosso próximo nas suas necessidades corporais ou
espirituais; são quatorze: sete corporais e sete espirituais, conforme são
corporais ou espirituais as necessidades que se socorrem.
corporais:
1ª. Dar de comer a quem
tem fome;
2ª. Dar de beber a quem
tem sede;
3ª. Vestir os nus;
4ª. Dar pousada aos
peregrinos;
5ª. Assistir aos
enfermos;
6ª Visitar os presos;
7ª Enterrar os mortos.
espirituais:
1ª Dar bom conselho;
2ª Ensinar os
ignorantes;
3ª Corrigir os que
erram;
4ª Consolar os aflitos;
5ª Perdoar as injúrias;
6ª Sofrer com paciência
as fraquezas do nosso próximo;
7ª Rogar a Deus por
vivos e defuntos.
(Catecismo de S. Pio X. Capítulo IV. "Das obras de
MISERICÓRDIA")
10
Nossa principal devoção à Nossa Senhora será através de Nossa
Senhora do Apocalipse, que nos conduz ao combate e nos fortalece, como um
perfeito escudo; também à Nossa Senhora de Combermere - imagem que representa a Comunidade Madonna House, no Canadá (cuja história se alinha com a nossa), verdadeira imagem da
Mãe da MISERICÓRDIA, de braços abertos, em perfeita acolhida aos que sofrem, fazendo com que todos estejam alegre pela glória de Jesus.
11º.
Nossas casas devem ser
oásis de MISERICÓRDIA, e assim se tornarão, a partir do momento que cada irmão
se tornar ele próprio um oásis de MISERICÓRDIA. Para
isso acontecer devemos nos colocar à escuta da Palavra de Deus, para podermos
contemplar a MISERICÓRDIA e assumi-la como estilo de vida. “Tu te tornas aquilo que contemplas” - Santa Teresa d’ávila
12º.
Em nosso meio, nas
nossas relações pessoais, devemos viver plena em fraternidade, mútua
compreensão, e perdão. Devemos abolir em nossas relações todo espírito de fofoca e murmuração, que
nos dividem e bloqueiam o canal da graça de Deus. Assuntos pendentes se
resolvem brevemente, mas não em forma de lei e sim em forma de comunhão, de
coração livre e cheio de MISERICÓRDIA;
13º.
Jamais, repito, jamais
ousaremos dizer quem será salvo ou quem não será, essa é prerrogativa de Jesus
Cristo, justo juiz, essa determinação cabe a Ele e somente a Ele e a mais
ninguém.
14º.
Sempre levaremos na
nossa razão, e no nosso coração que a salvação é obra de Jesus, é dom gratuito,
não merecemos e não podemos fazer nada que aumente ou diminua o dom, o
sacrifício que Jesus realizou na cruz. Porém, podemos negar, podemos bloquear e
nos impedir a nós mesmos, conscientemente, quando dizemos não a vontade de Deus
para nós, quando depois de conhecer Jesus e seu amor misericordioso, ainda
assim “pedimos nossa parte da herança” e nos dirigimos para lugares distantes
dEle, como fez o filho mais novo da Parábola do Filho Pródigo. Deus nos deixará
sempre livres, sempre permitirá que nos afastemos dEle se assim quisermos, mas
nunca, jamais, deixará de esperar pelo nosso retorno, e ficará sempre de
prontidão a nos olhar ao longe. (Filho Pródigo e o Pai Misericordioso).
15º.
As coisas
circunstanciais, a beleza, a ordem, a organização tem o limite do irmão, e
nada poderá em hipótese alguma colocar-se no caminho da salvação do mesmo. As
estruturas precisam dar segurança, precisam estar em função do corpo comunitário, e
jamais poderão ser usadas para domínio, para a humilhação, para menosprezar um
ou outro seja por qual for o motivo, nenhuma alma deverá ser tratada como
inferior, a salvação é para todos e os dons também, assim como o serviço.
Coisas, estruturas tem preço, podem ser quantificadas, as almas não, nem todo
dinheiro, poder presente no mundo vale sequer uma só alma. A simplicidade deve
prevalecer. (I Coríntios 1, 19-29)
16º.
Em nosso meio, a
autoridade é sinônimo de Diaconia (serviço), ter responsabilidade é estar a
serviço, em unidade, portanto, viveremos a responsabilidade partilhada.
17º.
GENTE PRECISA DE GENTE PARA SER GENTE!
A VIVÊNCIA NA COMUNIDADE
1º. Vivemos as primeiras horas do dia para o louvor, estudo bíblico
e oração pessoal.
§1º
- se estivermos reunidos, o louvor, pode ser através das laudes carismáticas,
ou missa, ou por ações pontuais de acordo com a data litúrgica.
2º. O estudo bíblico é como nos propuser a Igreja conforme o tempo
litúrgico, ou um estudo orientado pela formação comunitária.
3º. O estudo bíblico deve ser diário.
4º. Ao final da noite faremos o perdão comunitário e a oração
comunitária (completas ou Ofício da Imaculada ou Akastitos conforme o Tempo
Litúrgico).
5º. O apostolado será em comunhão com a Paróquia onde estamos. Ações
comunitárias deverão ser apresentadas ao Pároco ou mesmo o Bispo.
6º. Nossa identidade deverá ser sempre marcada pela simplicidade. Nas roupas buscamos
sobriedade, precisamos oferecer algo novo para atrair aqueles que Jesus enviar.
Assim, seria ideal não usar roupas muito coladas, que mostrem o exterior antes
do interior, antes das graças e dos dons. Porém, não teremos nenhuma imposição,
seja de cor, seja de com ou sem mangas, mas usaremos sempre o bom senso,
prescindindo de exageros ou anacronismos.
7º. As nossas capelas devem ser sempre simples, aconchegantes e
confortáveis.
8º. A formação segue sempre a agenda anual preparada a cada ano pelo
ministério de formação;
Estudaremos e aprofundaremos nosso conhecimento acerca dos
documentos próprios para vida consagrada dos leigos dispostos pela Igreja, bem
como sobre a Doutrina Social, os escritos dos Papas, especialmente do Papa
Francisco e de São João Paulo II; inclusive as homilias dos dias de festa da
MISERICÓRDIA; bem como sobre a vida e os escritos dos santos baluartes;
9º. Vivemos conforme a realidade de cada estado de vida, sendo:
casais em suas casas, homens (consagrados, solteiros ou celibatários) em casas
próprias para estes, assim como as mulheres.
10º. Algumas refeições devem ser feitas de forma comunitária.
11º. Os dormitórios masculino e feminino, devem ser, sempre que
possível, partilhados de 3 em 3, não menos que isso.
12º. Comunitariamente temos um dia de repouso e descanso, cada membro
poderá ter ainda, um horário pessoal (semanal) de descanso.
13º. A formação secular, como cursos de graduação ou especializações
serão avaliados individualmente, e devem ser para o serviço comunitário.
14º. A formação comunitária e pessoal será proposta por uma
Assessoria de Formação, cujos membros são escolhidos pelo Conselho Geral.
15º. Nosso carisma tem ainda um aspecto, um dom especial que o
próprio Senhor vem nos revelando lentamente, que é o acolhimento dos exilados,
dos rejeitados. (Abdias 17, 20 – refugiados e exilados.)
16º. Devemos nos preparar para recebe-los, pois chegarão feridos pela
vida, pelas próprias comunidades, pela própria Igreja. Essa preparação passa,
especialmente, por entender que todos foram feridos ou por si mesmo, ou por
irmãos, pelas autoridades, pela sociedade e que precisam de iluminação, cura e
libertação. Precisamos então, oportunizar que vivam as etapas do seu “luto”,
destinando acompanhadores pessoais, que os ajudarão a viver o perdão na medida
que entendam como também são perdoados por Deus Pai.
17º. Não adianta tentarmos nos enganar ou enganar aos irmãos: todos
somos culpados de algum tipo de pecado, só precisamos assumir e pedir perdão
profundamente, e contar com a infinita MISERICÓRDIA de Deus Pai, e a partir do
perdão, combater o bom combate de fugir do pecado; quando Jesus nos diz: teus pecados estão
perdoados, vai e não peques mais (João 8,11), Ele nos envia ao
combate, Ele sabe que não somos capazes sozinhos de não pecar, Ele nos envia a
combater e nos promete que irá a nossa frente (Deuteronômio 20, 2-4).
18º. As dificuldades pessoais dos membros, os problemas familiares,
suas necessidades, devem ser nominadas, para que todos, em unidade, intercedam
comunitariamente junto a Deus em nome de Jesus.
19º. Todos os membros de vida devem conhecer o máximo possível sobre
cada um dos irmãos.
20º. Jamais os fundadores terão privilégios de qualquer espécie e,
quando houver alguma necessidade de tratamento ou alguma ação diferenciada,
esta será explicada de forma transparente.
21º. Entre nós não deverão existir segredos, tudo deve ser feito a
luz e não nas trevas. Em nossas casas, no nosso dia a dia, em nossas atividades
todas as dúvidas são respondidas com clareza, e se, naquele momento, não
soubermos corretamente a resposta, torna-se um compromisso de fé, buscar a
resposta o mais rápido que pudermos, e responder na primeira oportunidade.
22º. Nosso acolhimento deve ser sem nenhum pré-julgamento, sem nenhum
preconceito, sem se escandalizar, não importa o sexo, a raça, o nível social,
ou qualquer situação ou realidade em que se encontre, a nós importa saber
sempre, no primeiro olhar: É A OVELHA QUE ESTAVA PERDIDA, precisa ser tratada,
É UM FILHO DE DEUS QUE FOI ENCONTRADO, É FESTA no Céu.
23º. Nada será imposto por decreto, ninguém será obrigado por força
de determinação ou o que seja, ninguém deve se sentir obrigado a nada, nem
mesmo a louvar ou a estar alegre sempre, devemos realizar todas as coisas de
forma livre por puro ato de amor a Deus, e nunca por “o que vão pensar de mim”, ou por qualquer
pensamento que aprisione, como já sabemos não julgamos a ninguém inclusive a
nós mesmos. “As almas são livres” – Santa Teresinha
24º. Nenhum processo de conversão fugirá do tempo Kairós, nada será
atrasado ou adiantado. Cada um deverá seguir o tempo de Deus para sua
conversão, devemos ser o suporte necessário para ele, devemos acompanha-lo e
estar alertas quando de suas quedas e fraquezas. A conversão se dá à medida que
somos iluminados pelo Espírito Santo, é Ele que nos conduz a agir, a viver, a
pensar por amor a Deus, que nos salva, e que nos trata com profunda
MISERICÓRDIA.
25º. A cada queda, um abraço a acolher e uma correção fraterna que
leve ao amor misericordioso de Deus Pai.
26º. Na medida do possível, do tempo cronos, as formações se darão
por grau de experiência, e serão feitas em círculo, sem púlpitos, sem destaque
algum, assim estimularemos a partilha. Deverá acontecer uma vez por semana.
27º. Também uma vez por semana a CV se une a CA para juntos louvar,
rezar, interceder uns pelos outros.
28º. Todos os nossos encontros comunitários devem ser alegres,
preferencialmente, festivos, com louvor espiritual, e se for necessário, pode
haver partilha do alimento.
29º. A família é a primazia da formação, o fortalecimento das famílias é o princípio da nossa formação humana
e espiritual; e as crianças e os jovens, o cerne de toda nossa evangelização. As novas gerações precisam ser levadas a uma experiência
primeiro com Deus, depois com Jesus e então com a Igreja, sem deixar de
formá-las com ética, com sentimento de partilha, com sentimentos de humanidade,
buscando encarnar a formação espiritual.
30º. As orações deverão ser espontâneas, sem fórmulas, carismáticas,
a exceção será nos momentos externos onde usaremos as fórmulas eclesiais
propostas por quem nos acolhe.
31º. As Regras são úteis e existem no sentido ético, da boa educação,
porém para nós a principal “regra” espiritual é a graça, a caridade, o amor
mútuo e, principalmente, a MISERICÓRDIA. Desde agora esse é o ensino, a
formação do carisma é o amor que se derrama em MISERICÓRDIA e que trata a todos
como o bom samaritano de Lucas (10, 21 -37) tratou o indigente.
32º. As passagens bíblicas do carisma fundador são: as 3 Parábolas da
MISERICÓRDIA (Lucas 15), o Bom Samaritano (Lucas 10, 29-37), todos no Evangelho
de Lucas, o Evangelho da Misericórdia.
33º. Os Discípulos de Emaús (Lucas 24, 13-35) e os capítulos 5 a 7 do
Evangelho de Mateus, são também passagens fundamentais no entendimento de quem
somos, por onde e para onde caminhamos, somente pelo profundo entendimento desses
trechos da Palavra estaremos verdadeiramente, vivendo aquilo a que fomos
chamados.
34º. Todos os dias são de unidade com a Igreja, todos os dias são de
MISERICÓRDIA, todos os dias celebramos a ressureição, todos os dias são
propícios à penitência, a medida do possível não destinamos um dia específico,
para não corrermos o risco de restringir a ação do Espírito Santo e o que Ele
quiser determinar.
35º. Daremos preferência a utensílios simples nas alfaias, podendo,
por exemplo, o cálice ser de cerâmica ou madeira, porém, sempre dentro das
diretrizes da Igreja (Missal Romano, Sacrossanto Concilium, Instrução
REDEMPTIONIS SACRAMENTUM, e todos referentes ao assunto), que não fira a
liturgia.
36º. A tecnologia é bem-vinda, mas há restrições quanto ao uso da
internet, que deve ocorrer em momentos próprios, prevalecendo a boa consciência
e bom senso, preferencialmente para fim de evangelização.
37º. Usamos uma intranet, onde são disponibilizados livros, estudos,
modelos de apoio para apresentações, comunicados e assuntos internos, entre
outros.
38º. Nosso caminho será:
a.
Postulantes = sem uso de
nenhum sinal, e durará dois anos;
b.
Discípulos = usarão a
primeira parte do sinal, e durará por dois anos sequenciais, podendo repetir
uma vez a cada ano, todos os casos serão avaliados pelo Conselho Geral;
c.
Consagrados = sinal
completo, repetirão as promessas a cada ano, até professarem as definitivas.
39º. Ao longo do ano de evangelização, teremos cursos abertos, de
forma consistente e contínua; como por exemplo: de Iniciação Bíblica; Liderança e Missiologia; Catecismo da Igreja Católica; Mariologia e Cultura Mariológica; História da Igreja; Doutrina Social da
Igreja; Iniciação Teológica; Dogmas; Encíclicas e Documentos
Oficiais da Igreja, ou outros ainda conforme o Espírito Santo nos suscitar.
40º. Os cursos oferecidos são de caráter de evangelização, com
emissão de certificado conforme lei 9394/96, Decreto nº. 5.154/04 e 2.208/97 no
que tratam de Cursos Livres.
41º. Os cursos abertos não são gratuitos pois há de ter um valor
quantitativo e qualitativo, para que todos deem o devido valor, porém deverá
ser um valor apenas simbólico, para que seja acessível a todos.
42º. Todos os cursos obedecem um roteiro carismático, ou seja, iniciam-se
e encerram-se com orações e louvores.
43º. O estudo bíblico comunitário, que eventualmente poderá ser
aberto à obra, acontece uma vez por semana e obedece um cronograma simples, que
pode ser por ordem cronológica ou de acordo com o tempo litúrgico, ou como o
Espírito Santo conduzir a Assessoria de Formação.
44º. Semanalmente, as segundas, teremos uma Adoração Comunitária
indispensável. Nossa adoração é de intercessão, contemplativa, permitindo que
Espírito Santo livremente nos conduza.
45º. Todos os membros devem procurar momentos de adoração pessoal, ao
longo da semana, pelo menos duas vezes, com duração mínima de 30 minutos, e
aqueles que puderem, que façam todos os dias, ou o máximo de dias possíveis.
Esse deve ser o desejo natural em nossos corações, amar o amor, (São Francisco) pois é da Eucaristia que jorra a Misericórdia,
e nós devemos ser os primeiros a busca-la.
46º.
Aceitar nossa cruz não é
um movimento de dor, pois Jesus é o Servo Sofredor, carregar a minha cruz
significa reconhecer a Cristo e seguir com a mais profunda alegria de viver
aqui, o Reino de Deus. É, assim, um movimento de amor, de gratidão, que a tudo
enfrenta com disposição e entrega total de si, que traz paz e serenidade, e nos
torna felizes por sermos coautores da obra de Deus. Portanto, o sofrimento
pertence a Cristo Jesus, a Ele e somente a Ele, Deus assim O quis exaltar, Ele
é o Cordeiro Imolado, aquele que carregou sobre si as nossas dores e todo o
sofrimento. A nossa graça é segui-lo, com profunda alegria, sem rejeitar a nada
que Ele nos propuser, convertendo todas as coisas circunstanciais em festa. (ALEGRAI-VOS SEMPRE NO SENHOR, REPITO ALEGRAI-VOS – FILIPENSES
4,4)
47º. Devemos ter muito cuidado sobre como ensinamos e fazemos a
partilha dos nossos bens e dons; para nós o pensamento é inserido no Novo
Testamento:
Marcos 12, 41-44: 41E, sentado frente ao
Tesouro do Templo, observava, como a multidão lançava pequenas moedas no
Tesouro, e muitos ricos lançavam muitas moedas. 42Vindo uma pobre viúva, lançou duas moedinhas, isto é, um
quadrante. 43E chamando a si os discípulos, disse-lhes: “Em verdade eu vos
digo que esta viúva que é pobre lançou mais do que todos os que ofereceram
moedas ao Tesouro. 44Pois todos os outros deram do que lhes sobrava. Ela, porém, na
sua penúria, ofereceu tudo o que tinha, tudo o que possuía para viver”;
Lucas 12, 22-34: 22Depois disse a seus discípulos: "Por isso vos digo: Não vos
preocupeis com a vida, quanto ao que haveis de comer, nem com o corpo, quanto
ao que haveis de vestir. 23Pois a vida é mais do que o alimento e o corpo mais do que a
roupa. 24Olhai os corvos; eles
não semeiam nem colhem, não têm celeiro nem depósito; mas Deus os alimenta.
Quanto mais valeis vós do que as aves! 25Quem dentre vós, com as suas preocupações, pode prolongar por um
pouco a duração de sua vida? 26Portanto, se até as coisas mínimas ultrapassam o vosso poder,
por que preocupar-vos com as outras? 27Considerai os lírios, como não fiam, nem tecem. Contudo, eu vos
asseguro que nem Salomão, com todo o seu esplendor, se vestiu como um deles. 28Ora, se Deus veste assim
a erva do campo, que existe hoje e amanhã será lançada no forno, quanto mais a
vós, homens fracos na fé! 29Não busqueis o que comer ou beber; e não vos inquieteis! 30Pois são os gentios
deste mundo que estão à procura de tudo isso: vosso Pai sabe que tendes
necessidade disso. 31Pelo contrário, buscai o seu Reino, e essas coisas vos serão
acrescentadas. 32Não tenhais medo, pequenino rebanho, pois
foi do agrado do vosso Pai dar-vos o Reino!; 33Vendei vossos bens e dai
esmola. Fazei bolsas que não fiquem velhas, um tesouro inesgotável nos céus,
onde o ladrão não chega nem a traça rói. 34Pois onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso
coração;
Lucas 14, 28-33: 28Quem de vós, com efeito, querendo construir uma torre, primeiro
não se senta para calcular as despesas e ponderar se tem com que terminar? 29Não aconteça que, tendo
colocado o alicerce e não sendo capaz de acabar, todos os que virem comecem a
caçoar dele, dizendo: 30'Esse homem começou a construir e não pôde acabar!' 31Ou ainda, qual o rei
que, partindo para guerrear com um outro rei, primeiro não se senta para
examinar se, com dez mil homens, poderá confrontar-se com aquele que vem contra
ele com vinte mil? 32Do contrário, enquanto o outro ainda está longe, envia uma
embaixada para perguntar as condições de paz. 33Igualmente, portanto, qualquer de vós, que não renunciar a tudo
o que possui, não pode ser meu discípulo;
Lucas 19, 1-10: 1E, tendo entrado em Jericó, ele atravessava a cidade. 2Havia lá um homem
chamado Zaqueu, que era rico e chefe dos publicanos. 3Ele procurava ver quem
era Jesus, mas não o conseguia por causa da multidão, pois era de baixa
estatura. 4Correu então à frente e subiu num sicômoro para ver Jesus que
iria passar por ali. 5Quando Jesus chegou ao lugar, levantou os olhos e disse-lhe:
"Zaqueu, desce depressa, pois hoje devo ficar em tua casa". 6Ele desceu imediatamente
e recebeu-o com alegria. 7À vista do acontecido, todos murmuravam, dizendo: "Foi
hospedar-se na casa de um pecador!" 8Zaqueu, de pé, disse ao Senhor: "Senhor, eis que eu dou a
metade de meus bens aos pobres, e se defraudei a alguém, restituo-lhe o
quádruplo". 9Jesus lhe disse: "Hoje a salvação entrou nesta casa, porque
ele também é um filho de Abraão. 10Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que
estava perdido";
Lucas 21, 1-4: 1Levantando os olhos, ele viu os
ricos lançando ofertas no Tesouro do Templo. 2Viu também uma viúva indigente, que lançava duas moedinhas, 3e disse: "De fato, eu vos
digo que esta pobre viúva lançou mais do que todos, 4pois todos aqueles deram do que
lhes sobrava para as ofertas; esta, porém, na sua penúria, ofereceu tudo o que
possuía para viver";
Mais um olhar sobre viver a Misericórdia no dia a dia
encontramos em Lucas 6,36-49 - 36Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso. 37Não julgueis, para não
serdes julgados; não condeneis, para não serdes condenados; perdoai, e vos será
perdoado. 38Dai, e vos será dado; será derramada no vosso regaço uma boa
medida, calcada, sacudida, transbordante, pois com a medida com que medirdes
sereis medidos também". 39Disse-lhes ainda uma parábola: "Pode acaso um cego guiar
outro cego? Não cairão ambos num buraco? 40Não existe discípulo superior ao mestre; todo o discípulo
perfeito deverá ser como o mestre. 41Por que olhas o cisco no olho de teu irmão, e não percebes a
trave que há no teu? 42Como podes dizer a teu irmão: 'Irmão, deixa-me tirar o cisco do
teu olho', quando não vês a trave em teu próprio olho? Hipócrita, tira primeiro
a trave de teu olho, e então verás bem para tirar o cisco do olho de teu irmão.
43Não há árvore boa que dê
fruto mau, e nem árvore má que dê fruto bom; 44com efeito, uma árvore é conhecida por seu próprio fruto; não se
colhem figos de espinheiros, nem se vindimam uvas de sarças. 45O homem bom, do bom
tesouro do coração tira o que é bom, mas o mau, de seu mal tira o que é mau;
porque a boca fala daquilo de que está cheio o coração. 46Por que me chamais
'Senhor! Senhor!', mas não fazeis o que eu digo? 47Vou mostrar-vos a quem é
comparável todo o que vem a mim, escuta as minhas palavras e as põe em prática.
48Assemelha-se a um homem
que, ao construir uma casa, cavou, aprofundou e lançou o alicerce sobre a
rocha. Veio a enchente, a torrente deu contra essa casa, mas não a pôde abalar,
porque estava bem construída. 49Aquele, porém, que escutou e não pôs em prática é semelhante a
um homem que construiu sua casa ao rés do chão, sem alicerce. A torrente deu
contra ela, e imediatamente desabou; e foi grande a sua ruína!"
48º. Sobre os legalismos e as purificações exteriores: Lucas 11,
37-54:
37Enquanto falava, um
fariseu convidou-o para almoçar em sua casa. Entrou e pôs-se à mesa. 38O fariseu, vendo isso,
ficou admirado de que ele não fizesse primeiro as abluções antes do almoço. 39O Senhor, porém, lhe
disse: "Agora vós, ó fariseus! Purificais o exterior do copo e do prato, e
por dentro estais cheios de rapina e de perversidade! 40Insensatos! Quem fez o
exterior não fez também o interior? 41Antes, dai o que tendes em esmola e tudo ficará puro para vós! 42Mas ai de vós, fariseus,
que pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças, mas deixais
de lado a justiça e o amor de Deus! Importava praticar estas coisas sem deixar
de lado aquelas. 43Ai de vós, fariseus, que apreciais o primeiro lugar nas
sinagogas e as saudações nas praças públicas! 44Ai de vós, porque sois como esses túmulos disfarçados, sobre os
quais se pode transitar, sem o saber!" 45Um dos legistas tomou então a palavra: "Mestre, falando
assim, tu nos insultas também!" 46Ele respondeu: "Igualmente ai de vós, legistas, porque
impondes aos homens fardos insuportávelis, e vós mesmos não tocais esses fardos
com um dedo sequer! 47Ai de vós que edificais os túmulos dos profetas, enquanto foram
vossos pais que os mataram! 48Assim, vós sois testemunhas e aprovais os atos dos vossos pais:
eles mataram e vós edificais! 49Eis por que a Sabedoria de Deus" disse: Eu lhes enviarei
profetas e apóstolos; eles matarão e perseguirão a alguns deles, 50a fim de que se peçam
contas a esta geração do sangue de todos os profetas que foi derramado desde a
criação do mundo, 51do sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que pereceu entre o
altar e o Santuário. Sim, digo-vos, serão pedidas contas a esta geração! 52Ai de vós, legistas,
porque tomastes a chave da ciência! Vós mesmos não entrastes e impedistes os
que queriam entrar!" 53Quando ele saiu de lá, os escribas e os fariseus começaram a
persegui-lo terrivelmente e a cercá-lo de interrogatórios a respeito de muitas
coisas, 54armando-lhe ciladas para surpreenderem uma palavra de sua boca.
49º. MISERICÓRDIA independente da ação do homem:
Lucas 18, 27; 23, 39-43: 27Jesus respondeu: "As coisas impossíveis aos homens são
possíveis a Deus". 39Um dos malfeitores suspensos à cruz o insultava, dizendo:
"Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós". 40Mas o outro, tomando a
palavra, o repreendia: "Nem sequer temes a Deus, estando na mesma
condenação? 41Quanto a nós, é de justiça; estamos pagando por nossos atos; mas
ele não fez nenhum mal". 42E acrescentou: "Jesus, lembra-te de mim, quando vieres com
teu reino". 43Ele respondeu: "Em verdade, eu te digo, hoje estarás comigo
no Paraíso".
João 8, 1-11: 1Jesus foi para o monte das Oliveiras. 2Antes do nascer do sol,
já se achava outra vez no Templo. Todo o povo vinha a ele e, sentando-se, os
ensinava. 3Os escribas e os fariseus trazem, então, uma mulher surpreendida
em adultério e, colocando-a no meio, dizem-lhe: 4"Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante delito
de adultério. 5Na Lei, Moisés nos ordena apedrejar tais mulheres. Tu, pois, que
dizes?" 6Eles assim diziam para pô-lo à prova, a fim de terem matéria
para acusá-lo. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com o dedo. 7Como persistissem em
interrogá-lo, ergueu-se e lhes disse: "Quem dentre vós estiver sem pecado,
seja o primeiro a lhe atirar uma pedra!" 8Inclinando-se de novo, escrevia na terra. 9Eles, porém, ouvindo
isso, saíram um após outro, a começar pelos mais velhos. Ele ficou sozinho e a
mulher permanecia lá, no meio. 10Então, erguendo-se, Jesus lhe disse: "Mulher, onde estão
eles? Ninguém te condenou?" 11Disse ela: "Ninguém, Senhor". Disse, então, Jesus:
"Nem eu te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais".
João 15,17: 17Isto vos mando: amai-vos
uns aos outros.
50º. É constitutivo: participar diariamente da missa,
preferencialmente pela manhã, para iniciarmos o dia com ação de graça; a oração
pessoal e o estudo bíblico diário; o Terço da Misericórdia às 15h diariamente;
a participação nas orações comunitárias; a participação nas formações; a
participação nos retiros de formação; a participação nas celebrações e festas
próprias do carisma; o acompanhamento pessoal mensal; confissão mensal;
51º. Os estudos das obras dos santos que nos acompanham devem ser
contínuos e formativos.
52º. Tudo o que era velho passou, Deus se faz novo, e renova todas as
coisas em nós e ao nosso redor.
53º. O estudo da Palavra de Deus é como quando vemos um iceberg, pois
só vemos a ponta, mas podemos ter certeza que o tesouro é imenso, e está na
base, e precisamos mergulhar a fundo, nas águas profundas, que são cada vez
mais frias, que cortam nossa carne, e com mais pressão que nos comprime, e nos
fazem diminuir gradativamente, é o que vamos enfrentar em nós mesmos, à medida
que mergulhamos, mais e mais no profundo amor de Deus.
No Diário de Santa Faustina algo nos chama a atenção: "O
Amor é a flor e a MISERICÓRDIA é o fruto". Todo ato de amor
resulta em MISERICÓRDIA, não há como fugir desta verdade! O menor ato de amor
que praticarmos, terá como resultado a MISERICÓRDIA! Praticar, obras de
MISERICÓRDIA, é amar concretamente a Jesus nos irmãos. 46Com efeito, se amais aos
que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem também os publicanos a mesma
coisa? – Mateus 5,46. Por isso, todos são
incluídos nesta condição. Ame os que te perseguem, os que te caluniam, os que
não gostam de você. Seus gestos de amor transformará os corações: primeiro o
seu, e em consequência, o do próximo! As pessoas boas merecem nosso amor, as
pessoas ruins precisam dele. Santa Teresa de Calcutá.