sexta-feira, 24 de março de 2023

UM CAMINHO PARA DEUS

ESCRITO NOSSO CAMINHO PARA DEUS

 

Muitos de nós em nossos momentos de contemplação, de oração, nos deparamos com o mistério, a beleza da encarnação do Filho de Deus, e muitas vezes nos questionamos por que será que é tão difícil às pessoas, à nós cristãos vivermos em paz uns com os outros? Porque é tão difícil as pessoas desejarem só o melhor, só o bem do irmão? Ao contrário, buscamos julgar, condenar, aprisionar. Porque nos comportamos de maneira tão diversa do projeto de Cristo e tão ocupados em destruir nossa própria casa, preocupados em nos matarmos uns aos outros?

Para respondermos estas questões, muitas vezes faz-se necessário olharmos à distância, do alto, devemos olhar para nós mesmos de cima, com os olhos de Deus. Jesus olhou sempre para nós, em nossa condição humana limitada e pecadora, de cima, e Ele próprio nos afirma: “Eu venho do alto!”, e também: “gostaria que todos vocês renascessem do alto, para serem capazes de ver com olhos novos.”. Esta é a teologia que devemos compreender, que devemos buscar fervorosamente, insistentemente viver, olhar para todos e cada um, para tudo ao nosso redor, com o olhar do Pai. O Pai da Misericórdia, que olha para nossas fraquezas, fragilidades, limitações, doenças, fracassos com a profunda e infinita misericórdia, com amor Rahamim - significa assim, um amor profundo e entranhado da mãe para com seu filhinho; e amor Hesed -A palavra hebraica mais utilizada no Antigo Testamento para significar misericórdia. Assim nos ensina Jesus, nos oferecendo um caminho seguro para trilharmos no mundo, que é o de abrir mão de todo e qualquer poder, que nos leve a opressão e que, invariavelmente, destrói. Ele que abriu mão da maneira mais inesperada possível, fazendo sua Kenosis - Filipenses 2,7: “mas se esvaziou se si e tomou a condição de escravo, fazendo-se semelhante aos homens. E mostrando-se em figura humana.”; despojando-se de Sua divindade, se tornando dependente dos homens, na debilidade de um bebê, na humilhação de um crucificado. Jesus chorou, e se compadeceu, ao ver nossa agonia, nossa angústia que causamos a nós mesmos, todas as vezes que decidimos tomar em nossas mãos, nosso próprio destino, como o filho pródigo, todas as vezes que pedimos nossa herança e partimos para lugares distantes do amor do Pai.

Precisamos olhar para dentro de nós mesmos e precisamos tomar consciência do nosso desejo de poder, de nossa cobiça, que são frutos de querermos ser donos do nosso destino. Devemos perceber que constantemente, nos preocupamos com situações ou pessoas que não nos levam a lugar algum, simplesmente para sermos percebidos, para vermos se somos tidos em consideração ou não, se seremos premiados ou não. Constantemente perguntamos a nós mesmos se somos melhores ou piores, mais fortes ou mais fracos, mais inteligentes ou não, e então, tratamos aos irmãos como rivais na corrida pelo sucesso, pela influência, pela popularidade, enfim, pelo poder.

Com tudo isso, só o que conseguimos é continuar inseguros, sem nenhum controle, não nos conhecemos e não nos abrimos para o que realmente deveria importar, a infinita misericórdia de Deus. Que devemos encontrar dentro de nós, e distribuir aos irmãos. Quando nos dispormos a esse olhar, o olhar de Deus, imediatamente perceberemos que somos todos um só, que nossas fraquezas são as fraquezas do irmão, veremos que o que se passa na vida do irmão é exatamente o mesmo que se passa em nós. Veremos que somos capazes das mesmas coisas para garantirmos nossa segurança, e, na primeira necessidade, buscaremos o primeiro pedaço de pau que estiver ao nosso alcance ou outra arma qualquer para fazer valer o nosso “direito”, mesmo que ninguém esteja, de fato, nos ameaçando. E essas armas se apresentam de várias formas, um amigo influente, o dinheiro, uma formação superior, até mesmo os nossos dons, que outros não tenham, podem se apresentar ainda na forma de um conhecimento a mais, um segredo, ou uma autoridade sobre alguém. Sim, somos capazes de nos agarrarmos a tudo para mantermos nosso status. Mas, a pior arma que podemos utilizar é na realidade, o poder religioso, o poder que nos leva ou nos afasta do Reino de Deus. E vemos muitos que rezam, louvam e dizem: “Senhor, Senhor!” e se deixam corromper pelo poder efêmero, que rapidamente se acaba. Deus, em Sua Santa indignação, responde: Isaías 29, 13 - Diz o Senhor :já que este povo chega a Mim com a boca e Me glorifica com os lábios, enquanto o seu coração está longe de Mim e seu culto a Mim é preceito humano e rotina. Esse é o poder divisório, mais ofensivo que todos os outros, e hoje encontramos milhares de milhares de filhos de Deus, que se afastam dEle por terem sido ofendidos, roubados, pela religião, por seus responsáveis; pessoas ofendidas desde a forma mais tola, como uma crítica ou uma ausência na doença ou na morte, até da forma mais bruta, como um abuso sexual. Essas ações diabólicas, marcam profundamente, ficam mais fortes na memória, até mais do que as ofensas mundanas.

 

“Milhares de pessoas, homens e mulheres separados e divorciados, muitos homossexuais e todas as pessoas sem casa, sentindo-se rejeitadas nas casas de culto dos seus irmãos e irmãs da família humana, afastam-se de Deus por experimentarem o abuso do poder quando, em vez disso, esperavam apenas uma expressão de amor” O Caminho do Poder – Henri J. M. Nouwen

 

O poder pode ser devastador no coração dos mais frágeis, e hoje podemos comprovar o quanto é devastador pelos inúmeros escândalos que lemos na mídia hodierna, que não se limita em espalhar esse tipo de notícia, são homens que para não perderem o poder ou a riqueza são capazes de tudo, trair, mentir, enganar, manipular, até mesmo inseridos no meio mais Santo que o próprio Cristo nos deixou, sua Esposa a Igreja, inserem-se homens ávidos por poder e riqueza, e que conforme sabemos por recentes escândalos, agem diabolicamente contra o Santo Padre, tentam de todas as formas enfraquece-lo em sua “cruzada” contra as ações malignas na terra, inclusive inseridas na Cúria.

Assim, nestes tempos de grandes combates, percebemos que uma das maiores tentações é o do uso da fé, da esperança, para se sobrepor aos irmãos, e como consequência, ferir os mandamentos de Deus, especialmente os principais, amar a Deus sobre todas as coisas e aos irmãos como a si mesmo. Porém, para Sua glória, e para ser sempre fiel a Si mesmo, o Senhor não nos olha com tristeza, ou com indignação, Seu olhar é de pura misericórdia, que supera infinitamente tudo que se apresenta como tristeza e dor. E num grande abraço de misericórdia, desarma todo poder do mal, limitando-o ao Cronos, fragilizando-se ao encarnar-se e vir montar Sua tenda entre nós. Jesus de Nazaré, o nosso Deus frágil, esvaziado de todo poder, se faz parte da história da salvação em completa fragilidade, demonstrando Sua misericórdia divina, Sua glória e beleza, a verdade, a paz, a alegria, e acima de tudo Seu amor de entranhas, em completa aniquilação de poder. Para nós, humanos e limitados ao extremo, só vislumbramos tão grande mistério, só o vemos em parte, rezamos e nos dirigimos ao mistério, mas estamos longe de o entendermos, pois se conseguíssemos entender, o buscaríamos avidamente, nos esvaziaríamos também nós de todo poder, por menor que fosse, e voltaríamos nosso olhar exclusivamente a Jesus, cuja vida foi revestida da fragilidade humana.

Pessoas poderosas não nos atraem para essa intimidade, pois nos moldam, nos (de)formam pelo medo. Sim, nós instintivamente temos medo das pessoas poderosas, pois elas podem nos controlar, e nos levar a realizar atos que não queremos fazer. Somos moldados para nos comportar automaticamente, como inferiores diante de pessoas com poder. E, logo, queremos nós também ter esse poder, invejamos mesmo sem perceber, pois, elas podem se dar ao luxo de transitar por onde imaginamos que elas queiram, enquanto nós não podemos. Porém, o Senhor faz o contrário, Ele vem se aproximar exatamente daqueles que não tem poder nenhum, os excluídos, os exilados, coxos, cegos, aleijados, prostitutas e ladrões, mas não se faz poder para estes, se faz um com eles. E nos diz, constantemente, na Palavra, na nossa experiência pessoal, em todas as circunstâncias, “me imitem”, façam como Eu, buscai Meu coração que é manso e humilde, que é simples como uma criança. Jesus se fez bebê. Quem pode, diante de qualquer bebê, sentir medo? Um bebê é completamente dependente dos seus pais. Ele quis ser dependente, por opção livre, por Sua vontade. Frágil, não podia comer, beber, andar, falar, nada sem a ajuda de Maria e José. Quem pode se sentir inferior frente a frente com um bebê tão pequeno e frágil? Quem poderia ter qualquer sentimento de inveja de um bebezinho que se limita a sorrir com pura ternura? O mistério da Encarnação. Se fez dependente para crescer e viver no meio daquele povo e para depois apresentar uma nova proposta de si religar ao Pai, ao Seu Pai. Ele próprio só ao longo de seu crescimento humano pode ir se aproximando cada vez mais, aos poucos do Pai. Todos nós sabemos também como e onde acaba essa história desse bebê, na Cruz! Veio nu e voltou nu. A impotência da manjedoura torna-se a impotência da Cruz! Todos zombaram, “salva-te a ti mesmo...”, “desce da Cruz e acreditaremos em ti...” quem pode ter medo de um homem com a carne rasgada, chicoteado, quem o inveja? E mesmo ao final de Seu ensino para a humanidade, com a mente torturada, angústia suprema, escuridão e abandono, mesmo nesse instante, ainda apresenta a maior fragilidade, a fragilidade total: “Pai, por que me abandonastes?” mas logo em seguida, ato contínuo, revela-se dependente daquele único de quem realmente deveria ser, o Pai das Misericórdias. Ele, Jesus, a própria misericórdia encarnada, se vê dependente do Pai, e entrega Sua existência, devolve Sua encarnação nas Suas mãos. “Está tudo consumado” nós diz. Salvou a humanidade, nos salvou, me salvou, com Sua fragilidade. Eis como Deus resolveu revelar-Se, eis como quis revelar Seu amor divino, chamar-nos de volta para um abraço de misericórdia, o abraço do Pai, cheio de compaixão, para nos provar que a Sua indignação por nós, foi absorvida na Sua infinita Misericórdia.

Porém, mesmo que por si só, nascimento e morte, já sejam mais que suficientes para mudarmos completamente nossas vidas, não se trata apenas desses dois fatos, trata-se de uma vida inteira desprovida de poder. Quando inicia Sua jornada de salvação, depois de 30 anos num vilarejo esquecido no meio de Israel – “porventura, pode vir algo de bom de Nazaré?”  estava desprovido de qualquer poder, quando se apresenta, nos mostra um auto retrato sem poder nenhum, “felizes os pobres” disse, Ele próprio pobre, sem controle de nada; “felizes os mansos” que se preocupam com os menores; “felizes os que choram”, Ele próprio também chora e se compadece de nós; “felizes os que tem fome e sede de justiça”, não hesita em denunciar, em criticar o que é injustiça; “felizes os misericordiosos”, sem nenhum sentimento de vingança, perdoa; “felizes os puros de coração”, Jesus concentra toda a Sua atenção só no que interessa a Deus, só no que é necessário, sem se dispersar com nada, sem se distrair; “felizes os pacíficos”, reconciliando todas as nações; “felizes os perseguidos”, restaurando a realeza pela pobreza, pela fragilidade. As bem-aventurança são, na realidade, o retrato de Jesus, também o retrato de Deus Pai, o retrato pelo qual podemos descobrir onde Jesus continua entre nós. Podemos encontrá-Lo nos doentes, nos prisioneiros, nos refugiados, abandonados, vítimas de abusos sexuais, nos moribundos, nos drogados, nos esquecidos. É na fragilidade que encontraremos com Jesus entre nós, é onde somos sumariamente desafiados a nos tornarmos irmãos e irmãs, a alargar nossas fronteiras e nosso amor. "Ele me respondeu: basta-te a minha graça; a força se realiza na fraqueza. Portanto, com muito gosto me orgulharei das minhas fraquezas, para que se aloje em mim o poder de Cristo Jesus. "

2 Coríntios 12,9.

Vale esclarecer que abrir mão do poder, não significa se tornar um fraco, um livre joguete na mão dos poderosos deste mundo, não, longe disso, essa é uma perigosa armadilha, nós abrimos mãos de sermos nós detentores de poderes que escravizam. Quando somos capazes de nos libertar desses poderes, não podemos ser escravizados pela fragilidade. Então, como viveremos neste mundo como testemunhas de Deus, investidos de tantas fragilidades, de tanta impotência, e ainda assim, construir o Reino dEle entre nós? Significa que iremos nos alegrar com a nossa falta de instrução? Significa que a pobreza econômica, a falta de organização, seja física ou mesmo emocional se tornem agora, virtudes a serem mantidas? Como se fosse uma benção a qual devemos agradecer? Não, certamente que não, assim viveríamos o que Nietzsche chamou de ser uma teologia da debilidade, uma teologia de fracos, que permite aos chefes conservarem sua situação e poder; e que afinal, não passa de uma desculpa conveniente para nossa própria incompetência, nossa própria derrota diante das dificuldades. Não é um privilégio que Deus nos dá vivermos constantemente na debilidade financeira, intelectual e, principalmente, espiritual; não podemos por exemplo, procrastinar uma ajuda médica, ou psicológica na esperança, ou pior na fé, de que é melhor sofrer por Deus do que buscar a cura, Jesus veio para curar, não nos pedir que vivêssemos doentes por Ele. Não temos o direito de romantizar a dor, a doença, as dores são para serem curadas, carregar nossa cruz é decisão de vida, é seguir o caminho de Cristo até a Cruz se preciso for, mas sem falsas mortificações, o que agrada a Deus é um coração que se entrega ao amor e à misericórdia pelos irmãos, e isso já é suficiente como cruz.

Também somos tentados a achar que a falta de planejamento, a ausência de campanhas, agressivas até, para angariarmos recursos, e estratégias inteligentes, são a vontade de Deus, mais uma vez, NÃO, é engano para ficarmos patinando no lugar, o que o Senhor nos pede é que sejamos fiéis à Sua vontade de partilharmos a vida, de não nos deixarmos seduzir pelos poderes deste mundo e nos fechemos em nossa mesquinheis, que usemos nossos dons e virtudes para ser suporte uns para os outros em tudo que estiver ao nosso alcance intelectual, humano e espiritual. Essa teologia nos desafia a olharmos do alto, com o olhar de Deus, não como fraqueza humana, que é manipulada, mas com a fraqueza que nos permite termos uma dependência incondicional da misericórdia de Deus, capaz de nos levar a abrir autênticos canais do poder do alto, que cura as feridas da humanidade e renova em si mesmo todas as coisas. A teologia da debilidade reclama sim um poder, o do nosso Deus, o poder transformador do amor, e em última análise, nos apresentar o poder que temos enquanto povo, enquanto Igreja, que caminha pela terra, a qualquer tempo, com a confiança dos filhos de Deus, com a cabeça erguida. Deus é poderoso, e Jesus não nos esconde esse poder quando nos promete que muitos de nós veremos o Reino antes de voltarmos para junto dEle. Sim, nós somos pobres, mansos, choramos, temos fome e sede de justiça, somos misericordiosos, puros de coração e perseguidos pelas hostes diabólicas deste mundo, mas jamais desistiremos, porque o Reino de Deus é nosso reino, é nossa herança de filhos. A medida que formos adquirindo a coragem necessária para sermos “batizados” na pobreza, na fragilidade, em atenção aos pobres deste tempo, que em si mesmo já são naturalmente desprovidos de qualquer poder, mais seremos inseridos no coração da infinita misericórdia de Deus, e seremos livres de todas as amarras.

Revestidos desse poder de Deus, é que seremos os líderes que o Senhor precisa, que aceitam correr os riscos necessários, de tomar novas iniciativas, capazes de ser simples como as pombas e inteligentes como as serpentes no nosso relacionamento com as instituições, com a própria Igreja, seremos capazes de falar abertamente, sem medo, sobre dinheiro com as pessoas que têm capacidade financeira para ajudar na proposta de instalação do Reino. Homens e mulheres radicais, compromissados com o anúncio da Boa Nova em toda parte e em todos os tempos.

Concluímos na convicção de que não é nada fácil, e Jesus sempre nos diz isso, que precisaremos renunciar a nós mesmos, a renunciar aos mais amados até. E para isso desafio a todos a praticarem três simples ações no seu dia a dia. Primeiro, concentre sua atenção nos pobres que o Senhor vos enviar, em todas as suas faces, formas, sejam elas físicas, intelectuais, emocionais e espirituais. Quanto mais poderes as trevas demonstrem mais pobre teremos entre nós, e estes sofre e gemem esperando a manifestação dos filhos de Deus; segundo, tenha fé, sim, fé cega em Deus, tenha sempre a certeza de que Ele está sempre vários passos a nossa frente no caminho, e Ele já iniciou essa atenção aos pobres há muito. Tenhamos fé de que Deus já destinou um grupo numeroso de pessoas dispostas a investir tempo, talentos e dinheiro. Que precisa ser convocado a sair à luz do dia e ser luz também. Tenha a convicção profunda de que se Deus nos pede, então se abrirão todas as portas cuja existência nem sequer suspeitávamos. Em terceiro, e último, o exercício mais profundo, portanto o mais difícil, deixe-se surpreender, não pelo sofrimento do dia a dia, mas pela alegria, tome consciência de fazer parte de um projeto eterno, sim, tenha consciência que fomos chamados a um projeto para a eternidade, alegre-se, não permita a tristeza, o desanimo, em nenhuma circunstância. Deixe-se guiar por Deus, se permitirmos, veremos acontecer em nossas vidas as mesmas graças que viu São Pedro, à nossa frente teremos sofrimento, é certo, aliás, muito sofrimento, que sempre nos trará perigo iminente, especialmente se duvidarmos e perdermos a alegria. Por isso, repito, deixemos nos surpreender pela alegria, com a pequena flor que brota no meio do deserto, com a beleza da obra magnifica de Deus, com Sua encarnação entre nós. Com o profundo poder curativo que está no fundo do cálice que somos convidados a beber com Cristo. Beber o cálice passa por várias etapas, a que permeia é o sofrimento, mas a que termina é sempre a da alegria do banquete da Núpcias do Cordeiro.

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